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Era comum, a cada aniversário, os pais levarem os filhos ao fotógrafo do bairro. Para um casal de um torneiro mecânico e dona-de-casa que trabalhara como operária têxtil, isso não custava pouco dinheiro. Os cenários do fundo das fotos eram de pano pintado. Nessa foto, eu tinha um ano de idade. Depois, quando criança, eu jogava futebol e achava que os livros infantis eram muito curtos, queria ler mais.
Aproveitando o “boom” da indústria automobilística, meu pai criou uma micro-empresa e passou a produzir peças terceirizadas para a Ford e a antiga francesa Simca. Depois, construiu sobradinhos para vender e conseguiu pagar meus estudos numa escola particular. Na adolescência, gostava de música, história e literatura. Dos amigos da foto, sou o único que se tornou Psicólogo.
Noite de sábado, filme “Freud além da alma” na televisão. Nos meus dezesseis anos, fiquei profundamente impressionado – e ainda fico, porque o filme é um clássico. Não demorou muito, li “Sobre os sonhos”, escrito por Freud em 1901, que comprei numa banca de jornal. Fiquei achando que o trabalho de psicanalista tinha um certo ar de mistério e que também transformava as pessoas, ajudando a superar sofrimentos.
Nos anos intensos da Psicologia na PUC/SP, estagiei, participei de grupos de estudos, fiz amigos, joguei futebol, trabalhei, fui à festas, enfim, curti demais a Universidade!
Duas especializações, Mestrado e Doutorado em Psicologia Clínica pela PUC/SP, escrevi oito livros.
Lecionei durante 26 anos em cursos de graduação em Psicologia, na Unia (Centro Universitário de Santo André) e na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Como é bom hoje ter amizades de colegas e de ótimos profissionais que ajudei a formar! Muitos deles atendem em seus consultórios, tornaram-se mestres e doutores e dão aulas em universidades.
Fui Editor-Responsável de um periódico científico – “Encontro: Revista de Psicologia” – liderando uma equipe com mais de cinquenta professores e pesquisadores. Esse trabalho resultou na avaliação “A” pela CAPES (órgão do Governo Federal).
Dei palestras na graduação e na pós-graduação da San Francisco State University.
Casado com a Lilian (também Psicanalista), sou pai do Ramon (Economista, Mestre em Marketing pela London School of Design and Marketing), do Ravi (estudante de Gestión, Université Paris 1 – Pantheón-Sorbonne) e da Jolie (estudante de Psychologie, Université Paul Valéry – Montpellier 3).
Meus filhos e eu temos também a nacionalidade espanhola. Às vezes, participo de concursos de contos da Espanha. Fiquei contente ao ver meu texto publicado junto com os finalistas de um deles, promovido por Burgos e La Rioja.
Continuo atendendo em consultório particular, como venho fazendo há 37 anos, desde a formatura e há uns anos também no formato online. Ser psicanalista exige reflexões e transformações em si mesmo para poder acolher cada vez melhor os pacientes, porque cada um deles é um convite a ingressar num universo próprio de sentimentos, desejos e modos de encarar a realidade, lembranças, sonhos de futuro… É muito gratificante ver como a Psicanálise propicia mudanças em suas vidas!
Sou membro do Lapecri da USP (Laboratório de Pesquisas da Criatividade da Universidade de São Paulo), estou trabalhando num projeto para um novo livro e dou cursos presenciais e online.