Supervisão
Por Prof. Dr. Claudio Bastidas
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Supervisão Clínica

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Para Psicólogos

Muitas vezes, de modo consciente ou inconsciente, o supervisionando imagina que pode ser criticado pelo supervisor e isso não ajuda em nada na compreensão do caso clínico. Dizendo de outra maneira, o supervisor é colocado no lugar de superego do supervisionando e, com alguma frequência, surge uma ansiedade desnecessária e improdutiva.

Na história da Psicanálise, o próprio Freud forneceu supervisão clínica, sendo Stekel um dos seus primeiros supervisionandos. Com o passar dos anos, formaram-se novas gerações de analistas e diferentes escolas (francesa, inglesa, norte-americana…) e hoje se discute quais seriam os objetivos da supervisão.

Winnicott deixou claro no livro “A família e o desenvolvimento individual” (1961) que, ao longo do tempo, num processo de interação mútua, a mãe vai se adaptando ao bebê e também o bebê vai se adaptando à mãe. O autor inglês afirmou que o mesmo acontece na relação entre o analista e o analisando: de forma inconsciente, um vai se adaptando ao outro.

Do ponto de vista de Winnicott, a mãe suficientemente boa identifica as necessidades do bebê e facilita o desenvolvimento de aspectos do seu “self verdadeiro”. A base desse processo, que envolve o acolhimento (holding), continua nos cuidados da criança, do adolescente e na relação com o jovem e o adulto.

Desse modo, podemos entender os objetivos da supervisão clínica como:

1) identificar, junto com o supervisionando, as necessidades singulares de cada paciente;

2) o supervisor oferecer holding ao supervisionando, identificar suas necessidades e, dentro dos limites estabelecidos pela teoria psicanalítica, adaptar-se ao seu modo de atender e ajudar a desenvolver seu próprio estilo de trabalho clínico.

Sobre o Prof. Dr. Claudio Bastidas

Professor universitário por vinte e seis anos. Mestre e Doutor pela PUC/SP (Psicologia Clínica). Membro do Lapecri da USP há dezesseis anos. Oito livros publicados, artigos acadêmicos e capítulos em coletâneas.

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